A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (5), em discurso
a empresários durante o 7º Encontro Nacional da Indústria, em Brasília,
que o governo federal “não recuará” da decisão de reduzir o preço da
energia no Brasil.
Nesta terça (4), o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, informou que a redução da tarifa da conta de luz
deve ficar em 16,7% em vez dos 20,2% em média prometidos por Dilma no
último dia 7 de setembro. Ele disse que a redução menor que a pretendida
se deve à recusa das empresas Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais) e
Copel (Paraná) de aceitar as condições do governo para participar do
plano de diminuição dos custos da energia lançado pelo governo federal.
"Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não
recuará apesar de lamentar profundamente a imensa falta de
sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso agora para
permitir que nosso país cresça de forma sustentável”, afirmou no
discurso a presidente.
Dilma disse que reitera o compromisso de, em 2013, “buscar mais esforços do governo federal para reduzir essas tarifas”.
A presidente disse que diminuir o preço da energia é “tão importante quando a redução da taxa de juros, da taxa de câmbio”.
Ela afirmou que o corte das tarifas vai “onerar bastante o governo federal”, mas deu o recado:
“Quando perguntarem para onde vão os recursos do governo, orçamentários
do governo, uma parte irá para suprir a indústria brasileira e a
população brasileira, aquilo que outros não tiveram a sensibilidade de
fazer. Nós somos a favor da redução dos custos de energia no país e
faremos isso porque é importante para o país”, declarou.
Segundo a presidente, o objetivo do governo era alcançar uma diminuição média de 22% nas tarifas.
"Para isso, nós adotamos duas medidas, ou melhor, dois conjuntos de
medidas. Um conjunto que era reduzir os encargos nas tarifas de energia,
notadamente a RGR, a CSS e Conta de Desenvolvimento Energético. Essas
três tarifas, junto com o fim das concessões de energia elétrica,
antecipação em alguns casos e o fim em outros, permitiram que a gente
reduzisse em 20,2% essas tarifas”, afirmou.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson
Andrade, disse que o corte nas tarifas de energia proposto pelo governo
beneficia a indústria porque reduz os custos da produção.
“[Precisamos da] diminuição dos custos de produção para assegurar os
necessários estímulos ao investimentos”, disse. Segundo ele, sozinha, a
indústria responde por cerca de 43% do consumo de energia elétrica e
diminuir a tarifa é necessário para estimular a economia.
A medida provisória que trata do pacote de energia – e que está em
tramitação no Congresso -, é de “extrema importância para o setor”,
disse Andrade. “Com essas medidas, vamos ter redução dos custos dos
produtos”, declarou o presidente da confederação.
A
presidente Dilma Rousseff visita carreta-laboratório do Sistema S e da
Rede Federal antes da cerimônia de abertura do 7º Encontro Nacional da
Indústria (Enai), em Brasília (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Medidas para investimento
Durante o evento, Dilma afirmou também que o Plano de Sustentação da
Indústria (PSI) para 2013 será anunciado na tarde desta quarta (5) pelo
ministro da Fazenda, Guido Mantega. O programa compreende linhas de
crédito para bens de capital (máquinas para produção), inovação e
pré-embarque de exportações.
Fonte: Globo.com
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