A nossa Marcelino Vieira, apesar de pequena e pacata tem uma participação muito importante na história do Rio Grande do Norte e do Brasil, em nossas terras passaram um dos movimentos mais míticos e controversos de nossa história, o chamado “bando de Lampião”.
O confronto com o bando de Lampião ocorreu no dia 10 de junho de 1927 no sítio Caiçara, no povoado de Vitória, antigo nome de nossa cidade. Nesse confronto, segundo fontes historiográficas, um bravo e heróico soldado, lutou até a morte, defendendo nosso povoado daqueles “terríveis cangaceiros”.
Infelizmente, esse recorte histórico de nossa cidade tem sido ao longo dos anos esquecido pelo poder público, que se preocupa apenas com seus próprios interesses, não se preocupando em incentivar a cultura local, nem de estabelecer uma identidade para o nosso povo.
Nesse local que hoje está localizado o principal açude da cidade, poderia ser um ponto turístico, um lugar agradável e importante por sua contextualização histórica, mas o que temos lá é somente um ou dois bares, sem nenhum atrativo, não por falta de vontade dos moradores, e sim por falta de investimento das pessoas que governam nosso município.
E se pensarmos que metade do dinheiro jogado fora na construção do complexo turístico religioso de Santo Antonio, poderia ter sido usada no desenvolvimento da área em torno do açude, onde outrora foi travada uma das grandes batalhas de nosso Estado. Poderíamos hoje, termos um verdadeiro ponto turístico em nossa cidade.
Não adianta inventar, não se pode criar uma coisa que não existe e tentar fundamentá-la na fé. Talvez por isso o complexo não tenha saído do papel, ora, todos nós sabemos que esse complexo religioso foi uma invenção de uma administração que não conseguia nem atender o básico da população como a saúde, a moradia, o emprego, etc...
Mas voltando ao caso histórico da invasão de Lampião, vários autores falam sobre esse acontecimento, existem várias versões, alguns dizem que o soldado José Monteiro de Matos recém incorporado a Polícia Militar do RN, em meio a provocações de colegas, que não acreditavam em sua coragem, pronunciou: “Eu morro, mas não corro”. Outros dizem que o jovem soldado já ferido não conseguiu correr fugindo com os demais PMs, quando o oficial da operação, devido a falta de guarnição ordenou a retirada da tropa e por isso foi alvejado e morto. Não se relata muito, mas nesse confronto também um “cangaceiro” foi morto o chamado "Azulão".
Temos um importante fato histórico em nossa cidade, que não é valorizado. Fica à dica ao poder público, Marcelino Vieira é uma cidade de potencial, basta acreditar e investir, não precisa inventar.
Por Edino Ferreira
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