Ao lado daquela serra existe um lugar, onde os costumes são ferramentas para base histórica. Ao lado daquela serra existe um lugar, onde a simplicidade deu início a sua trajetória. Onde o cantar do galo ainda soa como despertador para o jovem sertanejo pegar a sua leiteira e começar as primeiras pelejas do dia.
Ao lado daquela serra que tem como hóspede São Sebastião, fica a morada de seu irmão “lá de cima” Santo Antônio que nas causas impossíveis está ali para oferecer a sua proteção.
Ao lado daquela serra existem pessoas que acreditam nas principais formas de mudança: saúde, educação, esporte, lazer, caipora, saci Pererê, “papafigo”.
Ao lado daquela serra está o retrato de uma das cidades típicas do sertão nordestino: humildes que lutam pelo pão do dia, embrenhados nas roças teimosas para que possa sugar amanhã as sementes sonhadas em noites de bom inverno: feijão, milho, arroz ...
Ao lado daquela serra também existe uma fotografia de uma cidade atípica das outras do nosso torrão: sonhos amiudados e opiniões restritas, com medo de ir além do que se deve: do desafio, da luta... com receio de “jorrar” pensamentos e expandir palavras, aprisionados pela dependência da gratidão, em virtude do “favor” e veneração ao seu “padrinho”.
De cima daquela serra, pôde-se observar a nossa querida passagem do feijó onde a riqueza era adquirida nas entranhas dos baixios ou mais tarde pelos clarões das capoeiras de algodão.
Aquela serra que no seu sentido literal, é o nosso mais natural cartão postal, vista lá do alto, sem precisar de projeto algum, para receber quem é de casa e quem é de fora.
Esta mesma serra que observando lá de cima, pode-se ver o nosso Santo Antonio defendido e respeitado por todos, porém na casa de outrora, esperando seus fiéis, pois fora impossibilitado de sair...de crescer...de mostrar para todos de casa ( e os de fora) que a sua imagem, que havia sido defendida com tanta devoção, nos mais pelos discursos em papel com palavras banhadas a projetos e a “rogai por todos”- não saiu da maquete guardada no templo da burla.
Ao lado daquela serra, existe um lugar onde se passa o rio, carregando em seu leito toda a corrente história de pessoas que preservam aquele velho chapéu de palha, na mesma cena genuína- olhando para o sol- pedindo para que amanhã possam cair chuvas de cidadania.
Sentado no alto desta serra, eu posso ver aquele mesmo povo lutando para colocar os bandidos para correr: a cólera, os cangaceiros, a seca....
Ainda continuando a observar daqui, já não sei se este povo tem a mesma disposição para enfrentar esse banditismo, pois eles ainda existem, com uma nova roupagem, não saqueando casas ou até mesmo combatendo uma epidemia. Estes mexem com a inteligência do povo, com o poder de manobra das informações.
Autor: Francisco Farias
Parabéns Francisco farias, parabéns a ideia vermelha, tamos juntos, vamos construir um futuro merecido para este povo. Só se consegue algo com luta e determinação!
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