sábado, 5 de janeiro de 2013

Retrato de uma Marcelino Vieira.

Texro enviado ao ideiaVERMELHA por um autor desconhecido, vale a pena ler.

       
Vejam só vocês meus amigos o retrato de uma cidadezinha do interior desprovida, pedinte e nua  de qualquer progresso e avanço, em seus últimos momentos de um ano velho que se vai e um novo ano que nasce (que nem por isso precisa amargar o despautério de uma “ilustre senhora” )       
Marcelino Vieira, 03 horas da manhã do seu 1º dia do ano de 2013, a cena não fosse hilária, chocava a todos que por ali passavam em plena praça pública, a praça do saudoso Pavilhão de Zé Grilo, um jegue, meus amigos, fazia daquele espaço sua casa, se alimentando do mato que crescia no lugar da grama ornamental, matava sua fome e em seguida fazia suas necessidades fisiológicas. Será que por ser madrugada e feriado do Dia da Confraternização Universal não apareceu ninguém para tanger o animal e colocá-lo no curral?
Marcelino Vieira, 05 horas da manhã do seu 1º dia do ano de 2013, a cidade desperta ao som, não da 9ª Sinfonia de Beethoven, uma música clássica que faz bem aos ouvidos e à alma e que para apreciá-la não precisa ser “estudado,” ter um canudo, ter uma formatura qualquer, basta simplesmente ter sensibilidade.  A cidadezinha, meus amigos, acordou ao som de estouros estúpidos e uma musiquinha desinteligente - e por que não dizer mentirosa?!
Marcelino Vieira, 07 horas da manhã do seu 1º dia do ano de 2013, quatro horas se passaram da cena descrita do jegue na praça, já é manhã, os primeiros raios de sol banham a cidade, e com ele – o sol, também nasceram: o progresso e a lei. Obaaa!!!! Escuta-se a “ilustre senhora” ao telefone chamando a polícia que dizia: - Se não vier logo chamarei a polícia de Pau dos Ferros, venham logo! A nossa cidade está em perigo! Há um bêbado e ele está armado com uma música que muito nos incomoda! Prendam-o!!! Nós não mandamos retirar o jegue da praça porque ele não nos incomoda, o jegue, sim, pode sujar a rua, arrancar a “grama”, fazer da nossa praça a casa dele, porque isso pode! Nós até nos auto açoitamos como se açoita um jumento, com palmadas na traseira (do jegue e na nossa também.)
E assim, meus amigos, é feito o retrato desta cidade pequenina em seu primeiro dia do Ano Novo. Onde não se prende o animal irracional, quadrúpede, que suja e arranca a “grama” da praça e prende-se um cidadão de bem, simplesmente porque quer escutar outra música.  A moldura deste retrato será feita com a letra da música do grande e invejável Chico Buarque de Holanda:
Apesar de você
Amanhã há de ser
Ouro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
E a todos os moradores desta tão pequena e acolhedora cidade, inclusive a “ilustre senhora” e todos os seus, UM FELIZ ANO NOVO!
Autor Desconhecido 
  

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