O PERFIL DE QUEM FOI EXONERADO DO SEU
CARGO PÚBLICO
Fico aqui imaginando se a seca que assola as terras vieirenses
é apenas a falta de chuva. Na minha humilde opinião, o que faz mais castigar
este povo sertanejo é a falta de consciência, de oportunidade, de inclusão...
Euclides da Cunha afirmara que “o sertanejo antes de tudo é um forte”, eu sei,
para enfrentar opiniões/ponto de vistas de pensamentos amiudados, voltados para
as migalhas que é preciso enfrentar o dia-a-dia, é preciso ser mais do que
forte, é necessário ser de Marcelino Vieira.
Vou explicar melhor. Eu trabalhei anos junto à administração
desta terra, sempre fui da situação, brigava, passava por cima de quem fosse
para defender o meu azul. Nesta campanha eleitoral, que foi uma das mais
acirradas, não só pela diferença de votos nas urnas, mas também pelo desenrolar
dos acontecimentos: adesões, opiniões, desgostos para com o poder público,
votos encubados, visão inteligente dos fatos, enfim, isso gerou várias mudanças
em quem fica ou quem sai do seu emprego, quem é competente, ou quem votou na
situação, ou até mesmo a desconfiança de quem não votou no azul (não vamos
falar de partido).
Esta última opção foi o meu caso, há quem diga nas calçadas,
nas reuniões dos chás na casa do “cabeça de ferro” do partido, que o meu voto
foi no vermelho, o que gerou minha exoneração do cargo em que ocupava há anos. Lembro-me
que no dia em que a presidente da Câmara Municipal fez uma geral nos parasitas
que lá se encontrava, o murmurinho na cidade foi grande, uma atitude
perseguidora como se fosse coisa do outro mundo. Daí eu fico sem entender, o
que seria perseguição?
Certamente não é o que fizeram comigo, tiraram-me do meu
cargo sem me dar qualquer satisfação, acreditando que não fui fiel aos suas
propostas eleitoreiras. Preciso aprender o que são propostas numa campanha
eleitoral, ah.... fico pensando, será que foi por que não decorei a letra do Paquetá? Neste caso eu
fui muito inexato com os princípios da gestão atual: não desfilei com minha
roupa azul pelas ruas, não briguei com meu vizinho, não fui na rua contar
quantos carros havia nas movimentações; causando assim, o estopim da minha
redução da folha de pagamento.
Falou-me que precisava enxugar os gastos com pessoal, a
Prefeitura estava com as despesas acima das receitas que ingressavam no
município. Eu tenho certeza que com esta redução e consequentemente o aumento dos
ingressos orçamentário, será permutado para ser usado em outros benefícios para
com a população, quem sabe comprar soro para colocar a disposição da
maternidade, dará para atender dois ou três pacientes, não mais do que isso, é
sempre bom ressaltar que este paciente seja situacionista.
Se eu soubesse que seria assim, eu teria “atravessado o mar
vermelho” com mais afinco, não teria ficado à sombra de um emprego que não pude
mais segurar, teria relatado para todo mundo, que a chuva de liberdade só viria
quanto o tempo estivesse propício, mas não, fiquei na minha, fiz o que eles
queriam, mas nada adiantou a seca ainda me castiga, agora mais do que nunca. Vou
à justiça, procurar meus direitos, sei que vai demorar.
Com tudo isso, restou-me algo gratificante, eu já posso falar
e defender aquilo que realmente eu acredito, não sou mais preso a lei dominante
destes representantes políticos, que em entrelinhas diz que “tem que entrar
mudo e sair calado”, que venha a chuva, que jorre a liberdade de pensamento, de
decisão.....
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